Existem dias em que te cansas de ficar pendente numa caixa de mensagens. E chegas a cansar-te de tentar, uma e outra vez... No fundo, o que te dá força é a esperança que dê certo, desta vez. Mas nunca gostei de extremos, não gosto de ir do oito ao oitenta de um minuto para o outro. Mas isso sou eu... Aquele que um dia esteve disposto a arriscar...
Bem, mas falando no que me leva a dizer-te tudo isto… Acho que já me desabituei
de ti.
Acusa-me por ser banal e querer tornar-te apenas um vício. Na verdade, habituei-me a ti, à tua presença, à tua voz sussurrada aos meus ouvidos nas milhentas noites que compartilhámos...
Habituei-me à tua luz nos meus dias… E como todos os viciados, acabei por sentir a tua falta quando tudo acabou. Tal como eles chorei, pensei desistir por não aguentar mais, quis voltar para ti porque seria tudo mais fácil. Para que percebas, prometi a mim mesmo que
seria a última vez que estaríamos juntos… E perdi a conta ao número de promessas.
Agora poderás vir sempre que quiseres. Desabituei-me de ti e revolve-me o estômago a simples ideia de beijar esses teus lábios, que em tempos
já foram o meu mundo. Acho que te criei aversão. Podes chamar-lhe muros, barreiras, o que quiseres. Eu prefiro evitar esses nomes porque será ainda
dar-te muita importância. Quero que coexistas comigo, sem barreiras e sem nada, porque será sinal que o meu vício de ti já passou… E não haverá volta a dar...